Não Tenha um Plano B, Só Existe o Plano A

Início de um novo ano é sempre assim, momento de rever a famosa lista de objetivos do ano, muitas vezes tem-se a experiência de ao ler as metas, perceber que talvez não realizou muitas delas. Ao se deparar com essa realidade pode-se desanimar e dececionar consigo mesmo. Esta experiência pode levar a pessoa então a desistir de traçar objetivos e então, decidir por não escrever os seus sonhos para o ano que está a começar. Todavia, esta não é a solução mais adequada, para se livrar da frustração com você mesmo, de não conquistar os planos que sonhou. Essa sensação de fraqueza, por não ter sido capaz de chegar lá, pode-lhe deixar em baixo, mas, não querer vislumbrar uma linha de chegada, pode-lhe causar ainda, piores danos. Afinal, como ressalta Lewis Carroll, no livro Alice no País das Maravilhas: “Se você não sabe para onde ir, qualquer caminho serve”. Vê-se assim, que facilmente neste raciocínio, você pode correr o risco de se perder como a Alice, e chegar em lugares, que não gostaria, de fato, de estar.

Portanto, o problema não é escrever os seus planos em uma lista de papel, o que é preciso estar atento, é que um dos grandes motivos, se não o principal, de você não chegar aonde quer, é que você sempre faz plano B, C, D e por aí vai. Veja bem, se você não acaba deixando de lado o plano A, por gastar energia em planos secundários de segurança. Imagine, que neste novo ano que se inicia, você tem planos como: passar em um concurso, entrar em uma faculdade, ser promovido no emprego, empreender, se casar. Todos estes planos são ousados, são planos que exigem o máximo de suas habilidades, e não só isso, exigem o máximo do seu tempo, da sua energia, do seu emocional, ou seja, de todo o seu ser.

O que acontece quando você se depara com o grande sonho da sua vida? Você sente medo, medo de não conseguir realizá-lo, medo de sofrer, e isso te leva a buscar recursos de alívio, como, traçar um plano B, para se o A der errado. Justamente, neste movimento, que você se enfraquece, porque, este plano A que precisaria, do investimento total do seu coração e da sua vitalidade, começa a se dispersar, fazendo você perder o foco, se tornando extremamente vulnerável, nas primeiras intempéries do seu plano. Tudo vira uma justificativa para você confirmar o seu maior medo: “não era para ser”, “não ia dar certo mesmo”, “deixa para lá”. Se você escreve um plano B, você não está de verdade escolhendo um plano A, você não acredita nele, não aposta nele e não faz ele se tornar realidade. Se você não começar inteiro neste plano A ousado e difícil, capaz de mudar a sua vida, você já fracassou nele, na partida.

Optar por aquilo que lhe parece mais fácil, seguro e tranquilo, faz você abandonar o que de fato mais quer na sua vida, e esse movimento sempre te tornará mais fraco. Para o início de ano, você precisa ser comprometido, assumir seu plano A e mergulhar nele, dando tudo de si, sem bóias – planos B-, que não te deixam mergulhar e assim, se molhar por inteiro.

Luiza Orlandi
Psicóloga Clínica
@luizaorlandi.psi