6º Dia do Brasil em Braga

6º Dia do Brasil em Braga

O Samba, Patrimônio Cultural do Brasil, Ganha Novas Ondas no
Palco do Evento

Nascido nos terreiros, quintais e rodas das comunidades negras do Rio de Janeiro no início do século XX, o samba é mais do que um gênero musical: é um retrato vivo da identidade brasileira. Sua batida inconfundível ecoa a herança africana que atravessou o Atlântico e se reinventou em solo brasileiro, transformando-se em símbolo de resistência, celebração e pertencimento.

A trajetória do samba remonta às primeiras décadas de 1900, quando comunidades afrodescendentes se reuniam em casas como a de Tia Ciata, no bairro da Saúde, no Rio de Janeiro. Ali, batuques e cantos ancestrais se misturaram a elementos da cultura europeia e indígena, dando origem a um ritmo contagiante que rapidamente conquistou o país. Inicialmente perseguido e associado à marginalidade, o samba tornou-se, com o tempo, uma das mais fortes expressões da alma nacional.

Nos anos 1930, com a chegada do rádio e a popularização dos desfiles das escolas de samba, o gênero ultrapassou fronteiras e consolidou-se como trilha sonora do Brasil. A canção “Pelo Telefone”, considerada a primeira gravação oficial de samba, abriu caminho para nomes como Cartola, Noel Rosa, Dona Ivone Lara e Clara Nunes, que eternizaram o ritmo na memória coletiva. Em 2005, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) reconheceu a roda de samba como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade, reafirmando sua importância para além das fronteiras brasileiras.

Mais do que música, o samba é expressão cultural. Carrega narrativas de luta e esperança, traduz sentimentos do cotidiano e transforma dor em poesia. Em seus batuques estão presentes a ancestralidade africana, a religiosidade, a dança e a sociabilidade das rodas, que seguem reunindo gerações em torno de um mesmo compasso.

É justamente essa herança que o projeto Ondas do Brasil celebra. Formado por Cláudio Oliveira (guitarra e vocais) e Alex Liberalli (vocais e percussão), ao lado de Ulisses Alvarenga (baixo elétrico) e Lucas Galvão (bateria), o grupo mergulha na riqueza da música afro-brasileira e a apresenta em linguagem vibrante e contemporânea.

O repertório vai além do samba tradicional: incorpora ijexá, afro-samba, samba-reggae e ritmos baianos, revelando a diversidade de influências que moldaram a música popular do país. Cada show é concebido como uma viagem sensorial, onde a força da percussão, o balanço das cordas e a energia dos vocais transportam o público para uma verdadeira celebração coletiva.

Essa experiência cultural será destaque em Braga, no 6º Dia do Brasil, quando o grupo sobe ao palco às 18h30 de sabádo dia 13 de setembro, no Parque da Ponte. O evento, já parte do calendário da cidade, reúne diferentes expressões artísticas e promete uma noite inesquecível.

Além da apresentação do Ondas do Brasil, o público poderá conferir a banda LP7 com um tributo especial aos Mamonas Assassinas, em homenagem aos 30 anos da banda que marcou os anos 1990 com irreverência e humor. Para encerrar, a cantora Léa Monteiro leva ao palco toda a alegria da música paraense, coroando a noite com ritmo, dança e emoção.

Mais do que espetáculo, “Ondas do Brasil” é um gesto de valorização da cultura. Ao revisitar tradições e apresentar novas leituras, o grupo reafirma a importância de manter viva a memória do samba e de seus desdobramentos, ao mesmo tempo em que convida novas gerações a se reconectarem com suas raízes.

Preparem-se: será um dia de música, alegria e muito gingado!

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