No Outono É (Quase) Sempre Igual:
Impactos do Clima na Saúde Mental
Mais um outono chega. Com ele, o frio, a chuva e os dias nublados. Parece mais difícil se levantar da cama pela manhã e o período de descanso encontra com mais facilidade as cobertas do que os passeios ao ar livre. É como se nosso ânimo estivesse diminuindo com o passar dos dias. E isto não necessariamente se caracteriza como depressão ou alguma anormalidade. Pelo contrário, tal descrição pode ser de um processo adaptativo e algo bastante salutar.
Do mesmo modo que o sol nos faz bem e o verão é bem-vindo para programarmos atividades fora de casa, o inverno também tem sua importância por ser um momento de recolhimento e por vezes de mais reflexão. Quanto mais paramos, mais pensamos. Assim, o inverno pode ser incômodo para alguns, especialmente quando passamos mais tempo em lugares fechados e há menos pessoas no convívio para partilhar estes momentos. É um período do ano marcado por seu caráter mais estático e com mais doses de solidão.
Erroneamente, subestimamos o clima e é mais comum que ele seja lembrado na escolha da roupa ou para definir o meio de transporte. Mas a verdade é que ele nos impacta bastante, seja nos nossos pensamentos, emoções como também nos comportamentos. Podemos inclusive ter alterações no humor, no sono, na alimentação e nas nossas práticas de movimento. O clima interfere de modo direto na nossa saúde mental, física e social.
Como quase tudo na vida, isto não é bom ou mau em si mesmo. Precisamos estar cientes do que se passa para que possamos passar por cada fase da melhor forma possível. Vivenciar as diferentes estações do ano é uma bela forma de respeitar aquilo que está no nosso entorno e que não controlamos. Por outro lado, temos o poder de tomar decisões que podem nos ajudar ou atrapalhar este processo.
Como todos os anos, há o outono, mas ele nem sempre é igual: há anos em que a folhagem está mais alaranjada, em outros mais amarelada ou em tons mais próximos ao castanho. Há anos em que ele chega de mansinho e, em outros, mais bruscamente. Além disso, a cada ano que passa nós também mudamos um pouquinho e colocamos nossa dose de originalidade na mesmice. Que saibamos encontrar este difícil equilíbrio não apenas nesta, mas em todas as outras estações do ano!
Thabata Telles
Psicóloga