Nem Certas, Nem Erradas. Diferentes.
No início de nossas vidas, quando começamos a pensar (isso acontece um dia, mesmo que para alguns tardiamente), vemos que até então entendíamos o mundo da maneira como ele nos tinha sido apresentado. Ou seja, através dos conceitos familiares, das tradições regionais, da religião na qual fomos educados, do nosso currículo escolar e também dos nossos amigos, da moda do momento e da mídia.
Esses conceitos são para nós tudo o que conhecemos, e são tidos como verdades absolutas e imutáveis.
Depois que passamos a observar o resto do mundo, a comparar as ideologias e a aprender novas maneiras de se interpretar os acontecimentos e a vida, descobrimos a insignificância das nossas opiniões. Isso é um pouco desapontador, descobrimos que o resto do mundo, ou seja, cada povo, cada país, religião ou filosofia de vida, possuem suas próprias verdades e que na realidade, não é exatamente “o que” as pessoas pensam, mas “como” as pessoas desenvolvem seus caminhos, que faz toda a diferença, criando um leque enorme de possibilidades.
Aproximando um pouco o foco para dentro de nosso convívio, podemos observar grandes diferenças entre as pessoas, no modo de pensar e agir. Quando essas diferenças se confrontam, na sua maioria, são criticadas e tidas como erradas, porque diferem.
Na verdade, criamos pequenos núcleos, de pessoas que pensam igual, cujas barreiras intransponíveis, separa famílias, povos e nações.
É compreensível que povos diferentes e distantes, tenham suas próprias crenças e costumes, É de se esperar que pessoas diferentes criem e mantenham hábitos e ideais diferentes. Mas, o que está se tornando um problema para a toda a humanidade, é a intolerância às diferenças.
Devemos sim combater a violência entre os homens, combater o abuso e desrespeito aos direitos, mas em hipótese alguma podemos simplesmente julgar, negar ou subestimar pessoas que, simplesmente são diferentes e possuem crenças diferentes, sem que isso nos atinja diretamente.
Temos o direito de fazer, acreditar e conduzir nossas vidas da maneira como bem entendemos, desde que respeitados iguais direitos das outras pessoas. Devemos ser livres desde que nossa maneira de ser não interfira ou prejudique outras pessoas.
Se está na moda globalizar, que o tema seja o respeito às crenças de todos.
Se o objetivo é unificar, que seja a virtude da tolerância a tomar conta de todos.
Para que cada um, a seu modo, dentro do bom senso inequívoco ensinado pela natureza, possa viver e conviver livre e respeitado.
Mas o que me levou a falar tudo isso, é que aprendemos, quando passamos a conhecer além de nossas fronteiras, quão infinitas são as escolhas e os caminhos que podemos seguir, sem, necessariamente, precisar afrontar crenças alheias e as julgar como certas ou erradas, mas apenas diferentes.
Mylene Prado