Pais Suficientemente Bons

Pais Suficientemente Bons

São tantas as angústias e incertezas de sabermos se estamos errando ou acertando na educação de nossos filhos. Se os estamos marcando emocionalmente. Se devemos dizer “NÃO, ou os deixamos descobrir tudo sozinhos; se o que temos oferecido os fará pessoas de bom caráter, bem sucedidas e felizes.  

Certo ou errado? Cada família é uma família. O que é certo para uma pode ser errado para outra.  

Para ajudar na compreensão podemos estabelecer uma tríade como sendo suficiente para dar a estrutura desta formação.  

Como primeiro item o “Toque”, partindo da necessidade do ser humano de se sentir aceito e amado. Quando eu toco ou abraço uma criança eu estou dizendo: Você é importante para mim. Isto é o amor manifesto e deve ser acompanhado de um olhar profundo de pertencimento. Não um abraço mecânico, mas com sentido, capaz de transmitir subjetivamente:  eu amo você, seu valor para mim é inestimável, eu aposto tudo em você.  

O efeito do toque na vida de nossos filhos é tremendo, vai de uma melhor autoestima, um aumento de imunidade até uma grande coragem para viver. Você já abraçou seu filho, deste jeito, hoje?  

Segundo ponto é o “Limite” claro e definido. Até onde nossos filhos podem ir de acordo com sua idade e capacidade para assumir as consequências. Limite significa por vezes dizer “NÃO”; assumir as consequências por seus atos; ressarcir danos; limite significa respeito por si e pelos outros: “A minha liberdade vai até onde começa a do outro e vice versa.” É preciso ficar atentos, pois estes marcos mudam à medida que há crescimento, bem como os paradigmas e as regras.  

 Ser pais suficientemente bons é também “Facilitar” o aprendizado de nossos filhos em todos os sentidos (veja bem, não é facilitar a vida). Antes, criar um ambiente propício para que essa criança, adolescente, indivíduo, aprenda intelectual, emocional, motoramente e nas interrelações. Significa dar condições.  

Uma pessoa que foi amada e aceita; recebeu respeito e aprendeu a respeitar; obteve as mais diversas condições para se desenvolver; tem, ou não condições para agregar tudo o mais que julgar necessário?  

“O suficiente é aquilo que basta.”  

Luci Maritan
Psicanalista

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