Ouro Preto, Herança Cultural Portuguesa
“Quando viajo”
Marianela Costa Figueiredo
Viajar, divagar, arrepiar, passar a limpo…
Refletir, sacudir memórias do Olimpo!
Viajar, admirar, vislumbrar…
Viver, absorver, conviver em orações…
Ricas, radicais, recorrentes recordações!
Cidade Histórica de Ouro Preto situada em Minas Gerais, Brasil, foi considerada patrimônio mundial da UNESCO, em 1980. No entanto, desde 1933, já era patrimônio estadual; desde 1938, monumento nacional. No município, existem treze distritos, dentre os quais: Amarantina e Cachoeira do Campo, onde tenho uma morada e Rodrigo Silva, onde se deu a maior tragédia ambiental do Brasil. Apesar de todas as belezas turísticas da região de Ouro Preto, alertamos aqui para uma lembrança triste ocorrida na região de OURO PRETO e MARIANA, em relação ao rompimento da barragem de Fundão, em 5 de novembro de 2015, perto de Rodrigo Silva, ponto de partida da maior tragédia ambiental do Brasil.
Quase um ano após (2016), em que 40 bilhões de litros de lama mataram 19 pessoas e se espalharem por 650 km, o rejeito de minério não removido pela mineradora Samarco pode agravar o desastre. Participamos de um alerta mundial em relação a esse caso, pois o período chuvoso, que se estende até março, traz o risco de que a lama derramada pela empresa venha a prejudicar a região, estendendo-se até o litoral do Espírito Santo. Por outro lado, há pesquisas em curso que alertam para as consequências ambientais em relação a problemas respiratórias e dermatológicos em crianças e adultos. Segundo o site http://arte.folha.uol.com.br/cotidiano/2016/um-ano-de-lama/#feridas-abertas, “em Bento Rodrigues, povoado de Mariana destruído pela lama, a mineradora de propriedade da Vale e BHP Billiton optou por construir um dique (chamado S4) que alaga parte do terreno, já que, segundo ela, a retirada da lama do local demandaria muito tempo e uma engenharia complexa.” Além disso, “o Ibama verificou que não foi constatado nenhum ponto com remoção do rejeito, sendo que, em 12%, se verificou, em vez disso, a incorporação do rejeito ao solo natural”.
Assistimos de perto tudo isso.
Percorrer o caminho da “Estrada Real” é vivenciar um passado latente na região de Ouro Preto. A Estrada Real foi a rota oficial que a Corte Portuguesa usou para escoar as riquezas da região, como ouro, pedras preciosas e diamantes, e, por outro lado, abastecer Minas Gerais e, especialmente, Ouro Preto com produtos de primeira necessidade. Outros produtos com sentido mais cultural, como ideias e artes, provindos de Paraty (Rio de Janeiro) e de Portugal, permitiram que esta região de Minas Gerais estabelecesse, assim, uma comunicação com a coroa portuguesa e a própria Europa, que coincide , em parte, com a rota dos bandeirantes, sendo chamada de “Caminho Velho”. Dessa rota, nasce o “Caminho Novo”, com rota semelhante. O terceiro, o “Caminho dos Diamantes”, segue de Ouro Preto à cidade de Diamantina, hoje, também patrimônio mundial. Cruzando várias cidades, com estrutura turística de hotéis, pousadas e paisagens montanhosas de rara beleza, a Estrada Real cobre uma extensão de cerca de 1600km. (http://ouropreto.org.br).
Moramos, eu e Geraldo, a 18km de Ouro Preto, no município de Cachoeira do Campo. Ouro Preto é uma cidade que me é muito próxima, também culturalmente: ela me lembra Portugal, minha terra de nascimento, por seus monumentos do século XVII e XVIII, em sua arte barroca, tendo como maior representante o Aleijadinho. Segundo https://pt.wikipedia.org/wiki/Aleijadinho: Antônio Francisco Lisboa, mais conhecido como Aleijadinho, (…) morreu em Ouro Preto, 18 de novembro de 1814, foi um importante escultor, entalhador e arquiteto do Brasil colonial. A Igreja de São Francisco de Assis (abaixo) é um dos principais monumentos que contém suas obras.
Ouro Preto é uma cidade brasileira com sabor português por seus espaços históricos. Mais do que isso, é um lugar de calmaria e segurança em um país conturbado, caracterizado por desigualdades sociais. Vale a pena conhecer este “pedacinho de Portugal” que guarda ainda hoje a rebeldia de Tiradentes, dando seu nome à praça principal. Cidade cosmopolita, primeira capital de Minas Gerais, com o nome de Vila Rica, hoje usufrui de acervo histórico composto de 18 capelas, 12 museus, entre os quais o Museu da Inconfidência Mineira, um Hospital da Santa Casa de Misericórdia e a Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP).
As casas expressam a visão clássica do século XVIII, guardadas pela cúpula da Igreja de Nossa Senhora das Mercês, caso da foto. As ruas, com calçamento de pedra, atribuem um ar rústico e quase medieval; muitas vezes, de difícil acesso e escorregadias, quando chove. O trânsito de caminhões dentro da cidade é proibido, pois estava afetando a estruturas da maioria das casas.
Encontramos vários restaurantes, em toda a cidade e região, que oferecem comida mineira e internacional. Lojas com artesanato, de bom gosto, não faltando joelharias, com representação de pedras preciosas e semipreciosas da região.
Vale lembrar o ” topázio imperial”, único no mundo, que, segundo o site: http://blog.artouro.com.br/pedras-brasil-topazio-imperial-minas-gerais
“é uma gema de coloração ouro, amarelo dourado ou marrom claro, podendo também ser encontrada em tons alaranjados, rosa e vermelho-cereja, translúcida a transparente. Acredita-se que o topázio possui origem hidrotermal, estando relacionado ao último evento vulcânico vivenciado na terra. Atualmente, é encontrado em escala comercial somente na cidade de Ouro Preto e municípios vizinhos (algo em torno de um perímetro de 150 quilômetros quadrados), localizados no estado de Minas Gerais.”
Ainda na Praça Tiradentes, onde se dão eventos variados, encontramos, entre os diversos monumentos, feiras de arte e museus, o Café Cultural, que oferece o requinte de uma boa literatura histórica, exposições de pintura, acompanhada de bons vinhos, cafés, tradicional pão de queijo e outros quitutes. Tudo com belíssima decoração e status gourmet. Claro… os turistas estão sempre presentes e nós, vizinhos assíduos, aos fins de semana, o visitamos com imenso prazer para almoçar ou lanchar o delicioso cappuccino ou o expresso e a cestinha de pão de queijo. Fica, pois, o convite aos amantes de arquitetura barroca e da história portuguesa no Brasil, a visitação desta cidade que, embora não sendo a única cidade histórica, no Brasil, nós a elegemos por seu carisma e tradição, como a “nossa cidade”!
Este texto foi uma colaboração da Professora Marianela Costa Figueiredo: Marianela Costa Figueiredo, casada com brasileiro, natural de duas pátrias – Portugal e Brasil, mãe de duas filhas, avó de um casal de netos, ex-professora e, atualmente, coordenadora de Pós Graduação do UniBH (Centro Universitário de Belo Horizonte – MG – Brasil).
Este texto foi uma colaboração da Professora Marianela Costa Figueiredo: Marianela Costa Figueiredo, casada com brasileiro, natural de duas pátrias – Portugal e Brasil, mãe de duas filhas, avó de um casal de netos, ex-professora e, atualmente, coordenadora de Pós Graduação do Unibh (Centro Universitário de Belo Horizonte – MG – Brasil).
Graduação em Pedagogia, Licenciatura em História, especialização em Dificuldades de Aprendizagem e Orientação Educacional. Mestrado em Tecnologia pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. Atualmente é coordenadora do curso de Psicopedagogia Institucional e Clínica da Pós-Graduação do Centro Universitário de Belo Horizonte. Experiência na área de Educação, com ênfase em Ensino-Aprendizagem, atuando, principalmente, nos seguintes temas: Ensino e Pesquisa, Tecnologias da Comunicação e Informação (TIC), Currículo, Didáticas, Inclusão Social, Aprendizagem, Interdisciplinaridade, Formação de Professores e Psicopedagogia, com páginas no facebook. Tem pesquisas e capítulos individuais ou co-autoria, publicados em revistas e em livros nas áreas das Tecnologias da Comunicação e Informação (TIC) e Formação de Professores. 1. Formação docente: práticas, textos e contextos. Fundac, 2008. 2. Pesquisa e Prática Pedagógica. Agir sim, com reflexão. Curitiba: Editora Fael, 2010. 3. Olhares plurais sobre o meio ambiente: uma proposta interdisciplinar (organizadora e autora). São Paulo: Editora Ícone 2010. 4. Práxis Docente: o sujeito, as possibilidades e a educação. Curitiba: Editora Fael, 2011. 5. Escritos sobre educação: desafios e possibilidades para ensinar aprender com tecnologias, São Paulo: Editora Paulus, 2013. 6. Formação de Docentes Interdisciplinares. Curitiba, Paraná: Editora CRV, 2013. Publicação de vários artigos, sendo em 2014: “A prática educativa baseada em evidências: contribuições na formação de docentes interdisciplinares. Revista Interdisciplinaridade. (v.1, n5): PUC- SPaulo. revistas.pucsp.br. 2016: “A Educação global” Estado de Minas, Seção Opinião, 5/07/2016. No prelo, participação em Dicionário de Tecnologias – UFScar.