Como Ajudar um Familiar ou Amigo a Lidar com Cancro (Câncer)?
O cancro pode tornar-se um pesadelo para as famílias que são afetadas com esta doença. Enquanto psicólogo oriento muitas pessoas que são direta ou indiretamente afetadas com esta problemática. Não raras vezes, constato que familiares e amigos precisam de mudar alguns padrões comportamentais no que respeita à interação com o doente oncológico. Sem dúvida que a forma como o doente vai lidar com as emoções irá influenciar o desenvolvimento da doença. O apoio das pessoas mais próximas nalguns casos será essencial para que o doente oncológico consiga gerir todo o episódio de uma maneira resiliente.
Como pode ajudar?
– Mostre carinho e afeto regularmente de várias formas.
– Leia sobre o tipo de cancro que está a afetar o seu familiar/amigo. Dessa forma mostra ainda maior apoio e sensibilidade pela situação em causa.
– Não espere que a pessoa doente peça ajuda. Compreenda as suas dificuldades e seja proactivo naquilo que pode ser útil do dia-a-dia, como deslocações às consultas ou mesmo tarefas simples de casa como a realização de refeições ou arrumações.
– Sugira ao doente solicitar apoio psicológico. O espaço terapêutico poderá revelar-se muito profícuo para que possam ser desenvolvidas ferramentas emocionais adequadas para que o doente possa lidar funcionalmente com os vários desafios psicológicos da doença.
No caso da família, por vezes, a dinâmica familiar pode mudar. A pessoa que tem cancro vai precisar de se concentrar no tratamento e na recuperação. Com esta alteração, outros elementos da família poderão ter de assumir novas tarefas, como tratar da horta ou gerir o pagamento das despesas do lar. Uma reunião familiar será importante para que se possa compreender sobre os desafios emocionais, tempo em família, preparação da semana seguinte ou outro tópico que considerem pertinente.
Destaco algumas dicas importantes a reter nas reuniões familiares:
– Fazer uma lista de tarefas para cada um dos membros.
– Falar daquilo que os está a afetar e não resumir isso apenas ao cancro.
– Ajudar a pessoa doente na gestão do tempo, incluindo consultas, tratamentos e atividades de tempos-livres.
– Falar sobre assuntos divertidos e até contar anedotas. O “rir” é sem dúvida nenhuma um grande antidepressivo, especialmente em situações desafiantes.
Desejo-lhe muita força neste desafio e estou convicto de que não só as dicas neste artigo mas outros já publicados e ainda a publicar neste espaço virtual serão muito úteis em lidar emocionalmente com alguém próximo de si com cancro.
Luís Lameira
Psicólogo Clínico
Ordem dos Psicólogos Portugueses
Cédula Profissional Nº 14583