Eu Descobri que Existe Outra Vida.

Durante um período de minha vida eu me senti não pertencente à minha família de origem, era tanta loucura a minha volta que eu não via sentido nos comportamentos entre eles e para comigo, mas não via saída.

Primeiro comecei a buscar respostas no mundo da minha imaginação, contando histórias para mim, mas fantasias não constroem um mundo real, e a angústia crescia.

Foi então que aos 15 anos descobri a primeira nova vida, na fé, e nesta jornada me senti pertencente a um Pai que me ama, acolhe como sou e me ouve. Um irmão, amigo que rasgou qualquer dívida que eu pudesse ter com a vida. Nova sensação, nova realidade, um novo começo através da fé, o despertar da inteligência espiritual.

Porém algumas coisas aconteciam para os outros e não aconteciam para mim.

Sempre me esforcei para adquirir conhecimento e criar possibilidades, mas em algum momento deixava de acreditar que era possível e sucumbia em minhas expectativas e emoções, carregava uma bagagem muito pesada.

Em minha bagagem constava: a opinião dos outros; a comparação com os outros; a dificuldade em dizer não; a inconsistência por olhar para essas três anteriores, e embora eu já tivesse adquirido tanto conhecimento, me faltava trocar de vida.

Sim, trocar de vida pela segunda vez: fazer novas e melhores escolhas, redirecionar meu olhar para mim, única, para a minha construção, o meu gramado; trocar de ambientes, buscar novos relacionamentos alinhados com meus objetivos que também estivessem dispostos a somar e multiplicar, sem subtração da minha essência.

Troquei as correntes da comparação e do controle de outros, sugestiva submissão, pela liberdade de me permitir SER, quem sou, melhorando-me a cada dia.

Como em todas as escolhas que fazemos perdi e ganhei, com saldo muito positivo, e o maior deles: liberdade emocional para SER única, como sou, e cumprir meu propósito que amo fazer, com a liberdade que escolhi para mim. Por consequência aprendi a dizer “Não”, isso não cabe no meu roteiro.

Há dois aprendizados prioritários que entendo como sabedoria adquirida: o primeiro é que a fé em Deus e seu propósito me levam muito além das circunstâncias e me permitem saltar muralhas.

O segundo é que minhas escolhas, serão sempre a minha parte, seja no caos que reclamo, seja nos bons hábitos que decido viver.

Descobri que é possível trocar de vida quantas vezes desejar e que o resultado é só consequência.

Isso tem um nome: inteligência emocional.

Luci Maritan
Psicanalista