Rita Zanata
Uma Vida Dedicada ao Esporte e à Comunidade
O Olhar Brasileiro teve a honra de conversar com Rita de Cássia Peres Teixeira Zanata,
uma mulher multifacetada que brilhou como atleta olímpica pela seleção brasileira de voleibol,
e que depois se destacou em diversas outras áreas. Rita, além de atleta olímpica, foi professora
de Educação Física, vice-prefeita e prefeita da cidade de Santa Cruz das Palmeiras em São
Paulo e superintendente do Hospital Regional de Divinolândia também em São Paulo.
Como foi que o voleibol entrou na sua vida?
Tudo começou com as aulas de Educação Física. Desde o terceiro ano, já jogava câmbio com minha professora e tia, Ruth. Na Escola Estadual Dr. Djalma Forjaz, comecei a gostar e participar dos torneios municipais com minhas amigas. Em 1975, fui convocada para integrar a equipe de Voleibol da cidade de Porto Ferreira nos Jogos Regionais, com o técnico Carlinhos Tamaiolo. No colegial, na Escola Estadual Washington Luis, a professora de Educação Física, D. Ângela, formou uma equipe de vôlei para disputar os Jogos Escolares, e lá recebi dois convites de equipes para jogar. Com a ajuda do meu irmão Braulinho, optamos pela cidade de Campinas, onde integrei a equipe do Guarani à convite do treinador Prof. Antônio de Pádua Bafero.
Quando foi sua primeira convocação para a seleção brasileira?
Minha primeira convocação para a seleção brasileira foi em 1978 para participar do Campeonato Sul-Americano Juvenil, no Rio de Janeiro, onde fomos campeãs, com o técnico José Carlos Brunoro. Fui convocada para a seleção brasileira adulta em 1979 para disputar o Sul-Americano na Argentina, onde fomos vice-campeãs. Ainda em 1979, fui convocada para os Jogos Pan-Americanos em Porto Rico, onde ganhamos a medalha de bronze. Em 1980, participei das Olimpíadas de Moscou, integrando a primeira seleção vôlei feminino do Brasil a participar dos Jogos Olímpicos.
E quais foram os títulos mais importantes da sua carreira?
Fui campeã paulista infanto-juvenil, juvenil e adulta pelo Guarani de Campinas, campeã estadual e vice-campeã brasileira pela Pirelli de Santo André. Fui tricampeã dos Jogos Regionais, bicampeã dos Jogos Abertos, campeã sul-americana juvenil em 1978 no Rio de Janeiro e vice-campeã sul-americana adulta em 1979 na Argentina. Em 1979, ganhamos a medalha de bronze em Porto Rico e em 1983 fui campeã mundial da Universíade, Jogos Mundiais Universitários, no Canadá.
Dentre tantas emoções, qual foi a maior?
A maior emoção da vida de um atleta é participar de uma Olimpíada, é o ápice. Adentrar o estádio lotado, com os melhores do mundo, ver acender a Pira Olímpica e a festa de abertura. Em Moscou, a mascote era o ursinho Misha. É uma sensação indescritível, uma emoção que está muito viva em minha alma e no meu coração.
Você continuou sendo convocada para outras competições importantes depois de Moscou?
Sim, fui convocada em 1983 para os Jogos Pan-Americanos de Caracas, onde ficamos em quarto lugar. Em 1984, fui convocada para os Jogos Olímpicos de Los Angeles, mas infelizmente fui diagnosticada com
meningite e fiquei mais de 30 dias hospitalizada, e infelizmente não participei.
Sua carreira foi repleta de homenagens. Pode nos contar sobre algumas delas?
Recebi inúmeras homenagens, incluindo o Diploma de Atleta Revelação e Melhor Jogadora do Estado de São Paulo, Mérito Esportivo da Cidade de Campinas, e cerca de 25 placas de reconhecimento esportivo de diversas entidades como: Câmaras Municipais, Rotary, Lions , Panatlon , dentre outras. Recebi a Medalha Tharses Ramos, destaque no município de Porto Ferreira, e fui homenageada pelo governo de São Paulo e pelo Presidente da República. Em 2016, na Liga de Vôlei durante os Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro, fomos homenageadas no Maracanãzinho lotado. Este ano, em 2024, recebemos uma placa de reconhecimento pelo talento e dedicação ao voleibol nos Jogos Olímpicos.
Você já teve sua trajetória registrada em livros, correto?
Sim, minha história está no livro “Atletas Olímpicos” de Kátia Rubio e no livro “Mulheres em Manchete”, em que a foto de capa é da nossa equipe de voleibol feminino nos Jogos Olímpicos de Moscou, escrito por Marcelo Ribeiro Tavares e Ludmila Mourão.
Como está sendo a experiência de acompanhar as Olimpíadas de Paris, especialmente como ex-atleta olímpica e fã de esportes?
Estou acompanhando estas Olimpíadas com muito interesse, pois adoro esportes, e acredito que o mundo todo está voltado nessa energia maravilhosa de competição. Vibrando com a garra e determinação de todos os atletas, principalmente com os brasileiros, que têm conquistado várias medalhas e emocionando o mundo, com cenas marcantes de fé, como no caso da Rayssa Leal do Skate, que declarou em libras ‘’Jesus é o caminho, a verdade e a vida’’.
Hoje você vive em Braga e tem uma nova carreira. Como é sua vida atualmente?
Há quatro anos, trabalho como consultora imobiliária em Braga, uma cidade que adoro pela sua receptividade, cultura, segurança, beleza e festividades. Sou católica, integrante da Comunidade de Aliança Magnificat no Brasil e em Braga, participo do Grupo de Oração Obra Nova da Comunidade Shalom. Sou casada com Gerson Guilherme Zanata, temos dois filhos, Tatiana e Guilherme, e dois netos, Pietro e Vicenzo.