Por favor, Desenha-me um Carneiro…

Por favor, Desenha-me um Carneiro…

Foram essas as primeiras palavras de um menino perdido no deserto.

Contou o Pequeno Príncipe que o planeta onde morava, o Asteróide B612, era muito pequeno e que diariamente precisava cuidar dele.

– “Todos os dias, dizia o Pequeno Príncipe, preciso arrancar as ervas daninhas para que não cresçam… e também as sementes de embondeiros (baobás)… porque se deixar, uma só tomará conta do meu planeta…”

Nosso gosto pela horticultura, nos fez procurar por um local aqui em Portugal e recentemente recebemos o direito de uso de um talhão na Horta Urbana Comunitária de São Vicente. Era tudo o que queríamos. O espaço de 5m x 5m, é o suficiente para plantarmos algumas verduras, legumes e temperos que usamos na nossa alimentação.

Esse pequeno terreno, tão desejado, tornou-se o foco da nossa atenção e cuidados: limpar; revolver a terra; marcar os canteiros; escolher as sementes e mudas adequadas para a estação do ano; desenvolver adubos naturais para fortalecer a terra e outros cuidados.

“ -É uma questão de disciplina”, dizia o Principezinho.”

Enfim, no meio de Braga, existe um pequeno pedaço de terra do qual somos responsáveis. De nós dependerá tudo o que acontecer com ele. E isso mudou o sentido de nossos dias, durante a Pandemia.

Sabemos que o inverno dificulta o desenvolvimento das plantas, mas queremos estar preparados para encher nosso talhão de verde quando chegar a primavera.

E quando ficamos felizes ao ver uma semente soltar seu primeiro broto, nos lembramos do que a raposa disse ao Pequeno Príncipe:

–  “Foi o tempo que perdeste com a tua rosa, que a fez tão importante para ti”.

Conviver com os responsáveis pelos outros Talhões, tem nos dado a oportunidade de conhecer diferentes pessoas e descobrir nelas tantas outras personagens do livro , além de aprendermos sobre novas técnicas e períodos de plantio.

Nosso Talhão é o Asteróide PT 25, embora pequeno, dele podemos ver somente um por de sol por dia, mas, todos os dias, o encantamento nos remete à fantasia que só a ficcão nos oferece.

Nota: O livro “O Principezinho” de Antoine Exupery, lido na adolescência, carrega importantes mensagens, as quais nunca deixaram de orientar e ilustrar minhas escolhas durante toda a vida.

Mylene Prado

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *