A “Vítima”
Ser vítima pode ser um hábito aprendido desde criança.
Para chamar a atenção, principalmente de seus pais, a criança inconscientemente se utiliza de atitudes, que coloca o outro com a responsabilidade de sempre ter que fazer algo por ela, pois quer ser vista e cuidada. Uma prova de amor. Esta atitude inconsciente pode ser fruto de um sentimento de abandono real ou de uma fantasia infantil.
Pode chegar a atitudes destrutivas para com o outro e para consigo mesmo; até mesmo adoecer se tiver ganhos secundários, ou seja, apesar do incômodo de adoecer, ganha olhar, carinho, atenção e presença.
Algumas pessoas crescem fisicamente, trabalham, se casam, têm filhos; mas não abandonam esse hábito; ficam aprisionadas como um vício, um padrão, com o qual acredita receber recompensas.
Se comportam como crianças, e por mais que se faça, não basta. Estão emocionalmente viciadas neste padrão de funcionamento. Estão no modo destrutivo.
O outro passou a ser sempre o responsável por tudo que lhe acontece. Se o outro entrar neste jogo, alimentará este vício.
A “vitima” se necessário, consegue destruir a si mesmo, tudo e todos por onde passa para conseguir o que quer; algumas vezes de forma sutil, outras de forma escancarada.
Seu cônjuge e familiares sofrem com este comportamento, ora se sentem culpados, ora se revoltam com suas atitudes.
Mas a “vítima” dificilmente mudará sozinha, porque o que a move é a carência real ou fantasiosa de sua infância, cristalizada em sua mente. Precisa de alguém 24 horas, embora julgue ser independente. Mas suas atitudes são incongruentes com sua necessidade, quer as pessoas perto, mas as afasta com seu comportamento.
Somente a consciência do fato não é garantia de mudança.
Seu sofrimento interior é grande, pode desencadear comportamentos cada vez mais autodestrutivos ou de agressividade com que lhe é externo. Seus pensamentos criam mapas irreais e acredita neles.
A “vitima”, muitas vezes necessita de ajuda profissional para mudar e se tornar autor de sua própria história.
O ser humano pode ter lapsos de vitimização, mas quando este comportamento se torna um padrão, ou seja, o único modo de funcionar, então instalou-se um modo destrutivo de relacionamentos.
Neste caso uma ajuda profissional pode fazer toda a diferença para reverter este padrão.
Luci Maritan
Psicanalista
“ Eu ajudo pessoas que se sentem paralisadas emocionalmente, a construir sua jornada de liberdade emocional, para alcançarem novos resultados.”